Crônicas

Domingo no parque

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Um passeio no parque sempre me remete a imagem de casais sentados juntinhos, grupo de amigos bebendo ou fazendo pinic, mães com suas crianças ou famílias passeando. Talvez eu tenha essa ideia fixa de nunca estar sozinha, por que eu vim de uma família grande.  A gente sempre saiu junto, não me lembro de ver meu pai saindo pra passear sozinho nem minha mãe.

Passear por Zurique (na verdade em qualquer lugar) sozinha pra mim sempre foi um problema. Eu vim pra cá com o propósito de desbravar a cidade na companhia de alguém, e fiz isso varias vezes, claro. Talvez no passado eu não tenha dado o valor a uma simples caminhada a dois. Eu achava que precisava sair pra comer, tomar um cafe em um lugar interessante. As coisas eram difíceis quando eu cheguei aqui. Hoje eu tenho a possibilidade de sair pra comer a beira do lago, tomar um cafe na confeitaria mais famosa da cidade…

Mas as coisas mudam, e consequentemente mudam também os valores.

Hoje eu caminhei pela cidade sozinha, parei no parque, li meu livro, observei as pessoas. E me senti bem. Por que é muito importante curtir a própria companhia. Isso não e sinal de solidão, é sinal de auto conhecimento. Não me entendam mau, eu tenho muitos amigos, mas nos últimos meses aprendi o valor de estar sozinha. Eu aprendi a me ver, coisa é sim muito difícil quando estamos rodeados de muitas pessoas, ou nos doamos muito para elas.

Hoje entendo o que quer dizer “seja inteira, e não a metade da laranja”. Leva tempo, mas quem realmente quer, aprende. Aprende também que o tempo cura tudo e que é preciso dar tempo ao tempo.

Dê também tempo a você mesmo, e quem realmente estiver na sua vida vai continuar, não importa quanto tempo você necessite pra se encontrar. A vida passa rápido, verdade, mas também é muito longa. Há tempo de plantar e de colher.

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