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Mentiras sinceras, verdades farsantes

Aos poucos começo a pensar que minha vida amorosa turbulenta não é tão ruim assim. A gente sempre aprende um pouco. Minha história é mais ou menos assim:

Eu estava ficando com um cara e o relacionamento estava lá pelo segundo mês. Até aí tudo tranquilo. Nesse ponto eu já criava espectativa de namorar o suposto cara. De repente, não mais que de repente, ele sumia. Sim, aquela velha história de que os homens somem; eu sei de cor! Não foi uma vez, nem duas, foram várias. A verdade é que eu nunca, nunca mesmo fui atrás de explicações. Sempre pensei: “Se não quer, não vou insistir”. Eu simplesmente saía de campo, como se não tivesse um zilhão de perguntas pra fazer. Perguntas do tipo: “Até ontem tava tudo bem, me diz então por quê?”. Não, era humilhação demais, eu achava. Eu achava que meu último relacionamento era um início de namoro só porque o cara dormia “de conchinha” comigo. Não era uma prova de que ele adorava a minha companhia à noite e sim a fragilidade explícita do homem. Talvez eu não tivesse entendido os sinais e simplesmente acreditado numa sinceridade que não existia. Mas, mesmo assim eu deixava passar, sem exlicações. E eu que sempre fui boa em argumentar…

Logo após o sumiço eles apareciam com uma namorada. Outra pessoa ocupando o lugar que eu tava querendo. Eu agia muito bem na frente delas, sociável até demais. Eu tinha medo de correr riscos, de arriscar. Nunca lutei por nenhum deles. Nunca lutei pelos meus futuros e sonhados namoros. De tão amigável que eu era, mal olhava pra cara do meu ex-ficante, atual namorado daquela que eu batia um papo fingindo normalidade, fingindo incapacidade de dizer: “Cala a boca sua vaca!”, mesmo que a culpa não fosse dela. Mas eu fazia tudo direitinho pra não causar constrangimento, nem ciúmes. Eu sabia que não podia fazer com os outros o que não queria que fizesse comigo. Isso aconteceu tantas vezes comigo, que minhs amigas me zoam dizendo que eu preparo os homens para outras mulheres.

Quando eu percebi que agir tão corretamente não estava dando em nada, quebrei um dos meus principais protocolos. Tudo bem se eu arriscar, o amor é uma loteria, meu pai sempre diz. Num bate papo sobre relacionamentos com a minha mãe ela me disse: “Faz o que tu quer, não o que os outros querem”. Ela, que antes me dizia para nunca passar por cima dos outros por causa dos meus interesses, me disse a frase libertadora, como se eu tivesse esperando a permissão dela pra enfim fazer um pouco o que eu quero. Errar um pouco e agir de forma egoísta não me fez sentir culpa. Nesse tempo de “Indrodução ao namoro” eu descobri que alguém sempre tem que perder. E de agora em diante, que não seja eu.

ps: não estava contando a história de um caso amoroso, mas de alguns.

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