Sobre mim

  • Novas oportunidades

    Quem segue o blog sabe com o que eu trabalho. Quem ainda não sabe pode ler aqui 😉 Neste mês faz um ano que estou trabalhando com essa família, mas aos poucos o trabalho foi me frustando. Primeiro por que cuidar de crianças é difícil, acredito que mais ainda quando as crianças não são suas. Segundo por que esse nunca foi meu trabalho dos sonhos. Aliás, está bem longe de ser. Mas um ano atrás e estava aqui por apenas 4 meses e não falava nada de alemão. Era o trabalho ideal para ganhar um bom dinheiro sem trabalhar todos os dias. Aos poucos o trabalho foi me saturando, e…

  • Utopia.

    Tic tac tic tac tic tac. Não é o relógio, é o som imaginário o ponto de inserção do word piscando. Eu queria escrever como já escrevi algumas vezes. Eu queria escrever como outras pessoas que admiro. Eu queria que as palavras saíssem perfeitamente. Mas não. Tic tac tic tac, agora é o relógio, me pressionando para pensar na vida. E meu desejo parece utopia. Vai lá, faz outra coisa real na vida, isso não é pra você. Voz interna. Os barulhos se encontram numa explosão! As palavras soltas na minha cabeça, junto a ansia de escrevever, com a minha voz interna dizendo “Nao, nao é assim. Tá feio e…

  • Terapia: escrever

    É difícil. É tão difícil. É muito difícil! Fica difícil de ser feliz. Sabe aquela sentimento de estar 100% feliz? As vezes some. Daí eu fico louca e penso que não aguento mais. Abro as mensagens do telefone e vejo mensagens dele. “Você sabe o quanto eu te amo? Sem você não sou nada!”. E um pouquinho mais de força me aparece. Até quando uma saudade pode ser forte a ponto de fazer você desistir de tudo aquilo que sempre quis? Até onde podemos seguir balanceando o racional e o emocional? Me imaginar jogando a toalha e no futuro ver o meu presente como coisa do passado me deixa louca. E o que…

  • O caso das borboletas

    Há 3 anos e 7 meses eu conheci meu marido. Sem experiência nenhuma em relacionamento amoro, eu me joguei de cabeça naquela história. E durante 2 anos e meio nós namorados à distância. Namorar não é bem o verbo certo que conjuga nossa história, mas isso é papo pra outro post. Nesses anos de relacionamento à distância (como prefiro chamar) o meu maior pesadelo era passar alguns meses sem ele. Não pela paranoia de traição e afins, mas pelo simples fato de estar sem a presença física dele. Quando me mudei pra Suíça para morarmos juntos, esse sofrimento acabou – claro que vieram outros, como a saudade do Brasil. Estamos hoje um…

  • Decola, por favor, decola!

    – Decola, eu pensava. Decola! Sai do chão o mais rápido possível. Rápido, por favor! Mas o caminho percorrido pelo avião até decolar me torturava, bem aos poucos. A cada vez que pedacinhos do aeroporto iam aparcendo e desaparecedo na minha janelinha a ansiedade misturada com melancolia aumentava. Decola, por favor decola. Eu queria voltar pra casa mas nao queria ir embora… de casa? Até que o avião decolou e aos poucos tudo ia ficando mais longe, mas a dor não diminuía. Olhando pela janela e vendo a pequena ilha ficar ainda mais pequena eu chorava mais. Como no carnaval ninguém sai de Floripa o avião estava praticamente vazio, favorecendo meu choro inconsolável…

  • Meu trabalho

    Muita gente anda se perguntando, ou até mesmo me perguntando, o que eu faço por aqui. Se o Amir me sustenta ou se eu já consegui um mega trabalho de correspondente internacional. Bom, vamos por partes. Logo que cheguei aqui na Suíça, minha menor preocupação era meu futuro no jornalismo. Era tanta coisa passando pela minha cabeça, preparativos, casamento, aproveitar um pouco com a lua de mel. E depois que toda a correria passou nos mudamos para Zurique. Então decidimos que eu só iria me preocupar com emprego quando fossemos para a “cidade grande”. Chegamos em Zurique em setembro e até se estabelecer (materiais para a casa, curso de alemão,…

  • Do you wanna be my valentine?

    E o dia dos namorados chegou! Pra felicidade de uns, tristeza de alguns, e indiferença de outros. Li no facebook uns dias atrás uma amiga, parafraseando outra, se questionando porque necessitava passar os dias dos namorados com um namorado, pois por acaso ela passa o dia dos índios com um índio? Faz sentido. Mas o que mais me impressiona nesse dia, não é o desespero das “solteironas” em ter um namorado. Digo solteirona porque só as que se auto-intitulam assim sofrem nesse dia. Há mulheres sem namorado que jamais ligaram pra essa data. Então o que mais me assusta é os sites e revistas de moda/tendência fazendo listas enormes e quase…

  • Papai do céu…

    Atire a primeira pedra quem nunca ficou bravo com Deus por não ter um pedido atendido, ou porque não foi atendido no tempo pretendido. Você pede e espera. Cria expectativas, faz planos, porque afinal o combinado foi ter fé, acreditar e pedir. Nesses momentos de espera é comum querer que o tempo passe rápido. E nisso a gente deixa de perceber o que está ao redor. Garanto que quem está numa situação de espera, apertaria o botão “foward” se pudesse. Passaria rápido esse momento de espera e chegaria rapidinho no final. Isso me faz lembrar aquele filme, Click, que através de um controle remoto, o cara passa mais rápido todas…

  • O novo inverno

    E o inverno chegou… Hoje não é mais tão frio como antigamente, quando eu vestia aquele casaco quentinho que minha avó faz. Quando a viagem de duas hora até chegar na casa dela não era tão cansativa. Queria logo chegar, ver os primos, contar as novidades, os segredos guardados por meses, só esperando a pessoa confiável pra contar. O selinho que deu em que gostava, a paixão platônia. Era muto mais frio, o clima. Mas o resto era quentinho, acolhedor. Aquele café depois de cinco horas seguidas de brincadeiras.As preocupações hoje são bem diferentes. Chegou o inverno? “Ai meu Deus! Preciso comprar aquela bota preta de cano alto que prometo…

  • O mistério do papelzinho

    Quem me conhece e costuma conversar comigo provavelmente já me ouviu falar da minha avó. Benta Correa, mais conhecida como Dona Bentinha ou vó Bentinha é uma simpática senhora de 85 anos. Analfabeta, vó Bentinha “lê” a bíblia todo o dia. – Vó, como a senhora tá lendo? – Ah, minha filha eu passo o dedo aqui e imagino que tá escrito o que eu quero ler. Velhinha esperta. Após a leitura, ela faz o sinal da cruz e sai satisfeita, faceira da vida. Vó Bentinha tem um mundinho próprio, está sempre falando sozinha e com todos aos mesmo tempo. Esses dias durante o almoço, vó começou a fazer cálculos…