Crônicas,  Sobre mim

Eu sou aquilo que ninguém vê!

Eu sou as brincadeiras de criança, os segredos que não revelo a ninguém, minha comida predileta, os amores mal resolvidos, a saudade que sinto de quem já se foi, ou que o tempo ou ainda a distancia me impedem de ver, a angústia de não ter conseguido, a lealdade que prezo em minhas (poucas) amizades, os gritos de loucura e a paz da lucidez, a alegria de ver 3 irmãos nascer e crescer, um abraço que sempre quis dar, mas nunca dei, a emoção que sinto em olhar para minha família, o choro ao ver uma propaganda de TV, algumas conquistas frustradas, todas as crises de depressão acompanhadas de um brigadeiro na panela, as cantorias no chuveiro, as recordações que me rasgam o coração de um país tão distante com memórias tão próximas, de um tempo que não volta nunca mais, a raiva de ser contrariada, os foras jamais admitidos, as escapadinhas pra cama da mãe e do pai durante a noite, a inveja que tive de alguém, a originalidade em todas as minhas idiotices, as síndromes de Bridget Jones, a frase que me arrependo sempre em ter dito, os papos na frente do espelho, os beijos sem vontade, as paixões de sentir meu corpo flutuar, a vontade inexplicável de falar com qualquer um que esteja passando pela rua, as férias que tiro de mim mesma, a vontade de virar lagartixa com as caricias de quem se gosta, os amores platônicos, horas e horas de conversa com meu pai como se fôssemos dois amigos, aquele carinho escondido, a flor arranjada e colocada atrás da orelha, as poesias de Vinicius de Moraes, solidões no fim da noite, o beijo inesperado da minha mãe enquanto durmo, os meus medos, incertezas, a enorme falta de coragem, a vontade de dançar até o corpo não agüentar mais.Eu sou pele, saliva, lágrima, sonho, gargalhada, orgasmo, beijo. Eu sou aquilo que ninguém vê!

Pelo menos é o que eu era até ano passado. E pretendo continuar sendo. Mas, ano novo, página nova!

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