Sobre mim

O caso das borboletas

Há 3 anos e 7 meses eu conheci meu marido. Sem experiência nenhuma em relacionamento amoro, eu me joguei de cabeça naquela história. E durante 2 anos e meio nós namorados à distância. Namorar não é bem o verbo certo que conjuga nossa história, mas isso é papo pra outro post. Nesses anos de relacionamento à distância (como prefiro chamar) o meu maior pesadelo era passar alguns meses sem ele. Não pela paranoia de traição e afins, mas pelo simples fato de estar sem a presença física dele.

Quando me mudei pra Suíça para morarmos juntos, esse sofrimento acabou – claro que vieram outros, como a saudade do Brasil. Estamos hoje um ano casados, e nesse ano só ficamos separados por duas semanas quando, fui ao Brasil visitar minha família e amigos. E foi de novo difícil, talvez por essa lembrança que tenho de ficar meses sem ele.

Alguns meses atrás ele me disse que iria fazer uma viagem com o grupo de amigos que ele conheceu enquanto estava viajando pela América do Sul. Para mim foi um choque! Não por ficar sem ele, mas por que ele iria viajar com os amigos solteiros. E aquela paranoia que eu nunca tive, veio à tona. Eu achei, no momento, um absurdo, pois estávamos casados e uma viagem dessas não fazia sentido. E eu consegui convencê-lo do mesmo.

Passadas algumas semanas eu não conseguia mais ME convencer de que tinha feito a coisa certa. Eu pensei, repensei, analisei e cheguei a conclusão: Ele DEVE ir! Porque? Porque eu nunca admirei relacionamentos baseado na desconfiança, chantagem e, principalmente, na não liberdade. E eu me peguei prendendo meu marido, e me senti injusta.

Eu quero esse homem pra ficar comigo porque ELE quer. Eu quero que ele viaje e queira muito voltar pra mim. E, mais importante, não quero que, no futuro, ele diga que não fez alguma coisa importante pra ele por minha culpa. Eu larguei meus amigos e minha família no Brasil, e por mais que eu sinta uma saudade imensa, eu nunca vou culpá-lo, pois fiz porque quis.

E no caso da traição, que é o que muitas mulheres pensam quando o namorado/marido vai viajar, eu tenho a seguinte posição: Se eu tenho que segurar meu marido pra que ele não me traia, então eu não o quero de forma alguma. Não acredito em duas pessoas virarem uma, não acredito em Facebook junto com namorado, e nem em compartilhamento de senha de e-mail. Cada um deve ter sua própria identidade e vontades, e isso deve ter respeitado entre os parceiros.

Sei que algumas pessoas acham que, fazendo isso, eu abri chance que algo aconteça. Mas o mais importante pra mim foi que, com essa atitude de apoiar a viagem, eu ganhei a admiração do meu marido. Como eu poderia privá-lo de uma parte importante da vida dele? Ele sempre me achou uma pessoa forte e decidida, porque eu iria mudar o jogo agora? Nossa história começou assim, e entre altos e baixos, viagens e visitas, nós continuamos firme e fortes. E aquele sentimento de saudade que eu não sentia há muito tempo está de volta.

Desde quanto o conheci até hoje meu lema é o mesmo: “Que voe por todo o mar…. E volte aqui… Pro meu peito!”

ps: Aqui na Suíça é super comum casais fazerem férias separados. E isso não significa férias só de meninas ou só de meninos. Grupos antigos de colégio, bairro fazem férias juntos sem seus parceiros.

ps2: O Amir está no Brasil. Imagina o tamanho da minha inveja?

12 Comentários

  • scamilaj

    Te admiro! É muito difícil deixar essa liberdade aflorar… até porque vem várias dúvidas e incertezas. Sei bem… Mas é importante também respeitar a si mesmo, e tomar atitudes dentro do limite de cada um. O que pode ser normal pra ele, pra ti pode não ser, e vice-versa. Nada como a conversa, o diálogo! Vocês, assim como nós, estão aprendendo a viver uma vida de casados (em conjunto) e conviver com um companheiro, que supostamente é para toda a vida. E pra isso não tem manual, não existe instruções… só é preciso UMA coisa: Amor, muito amor. E a dedicação, a vontade que dê certo, a intenção de se tornar cada vez melhor… são super importantes também. Eu sempre penso o seguinte: cada um com a sua consciência e tranquilidade… Saiba que quem quer fazer, fará de manhã, de tarde, a qualquer hora do dia, e até a uma quadra da onde estiveres… Eu já passei por vários estágios, digamos, do meu ‘estado’ na minha relação… hehe… mas acredito que amadureci em muitas questões, mas ainda falta muito… e sinceramente, acho que essa busca é eterna! E isso que é interessante, existir essa reflexão, que sinceramente muita gente não tem… Confia no teu amor…
    Acho que falei demais (pra variar) … hehehe Mas esse é um assunto pra muitos posts, muitas conversas, muitas opiniões…
    Beijão querida!!!

    • karinaazevedo

      A cada dia a gente aprende mais. As vezes dá umas recaídas e age de maneira mesquinha! Mas o negócio é aprender sempre! Aliás, depois de uma viagem dessa é claro que a paranoia insiste em aparecer, mas como eu sempre digo. confiar é uma opção! E essa minha atitude é baseada no que tu falou: dedicação e vontade que dê certo! Beijinhos pra você e o Felipe!

  • Scheila

    Caramba…cada vez mais admiração por uma maturidade que você tem e que eu na minha idade, com a nossa diferença de tempo, ainda não alcancei… Algumas foram nossas conversas em que você tentava me mostrar um jeito diferente de agir…Saiba que a cada história sua me inspiro a agir diferente, melhor. Você não é apenas fonte de admiração, mas de inspiração para a construção de uma mulher mais decidida, firme e que busca apenas relacionamentos que valham a pena. E você sabe do que estou falando né amiga….Te admiro, adoro e me orgulho da sua história.

    • karinaazevedo

      Que bom que minhas palavras te ensinam amiga. Aqui tentei resumir da melhor maneira o que eu penso, mas tu sabes que posso ir mais além né? hahaha.. horas ao telefone! Mas tu disse uma coisa certíssima: a busca de relacionamento que valham a pena! E o amor tem que ser complementar, sempre! Beijos e saudades!

  • inês

    AQUELA MENININHA QUE CONHECI NOS ESTADOS UNIDOS HOJE É UMA MULHER MADURA E FORTE. PARABÉNS KARINA, CONTINUE ASSIM E QUE MUITAS MULHERES POSSAM SE ESPELHAR NA SUA SEGURANÇA. BEIJOS E FIQUE COM DEUS..

  • Flavia Jacomel

    Amiga, que lindo seu texto. Estou vivendo exatamente a historia do seu post – bem, não é tão parecida mas, um relacionamento à distância tbém. Conto uma outra hora. Ele mora em Blumenau e tenho o mesmo pensamento/ lema que você: ” que voe pra todo mar … e volte aqui…pro meu peito…” Saudades imensa…Beijão, te adoro!

  • Maria

    Que bom que tomou a decisão certa e deixou ele ir! Pode ter certeza que ele aprecia muito sua confiança. E essa separação temporária vai fortalecer os sentimentos e renovar a relação!
    No meu caso é o contrário, sou russa quase casada com um brasileiro e moramos no Brasil. Cada vez que viajo sem meu namorido todos me perguntam – mas como ele está te deixando ir? rsrsrsrsrs
    Mas cada vez que viajo sozinha deixo alguma surpresinha para que ele saiba que o amo mesmo estando longe! (postei aqui a ideia da ultima surpresinha que eu fiz http://festa-todo-dia.blogspot.com.br/2013/05/caixinha-amor-sem-fronteiras.html)

  • fernandasilveira1999@bol.com.br

    Nossa que lindo!
    eu por exemplo, estas cada vez mais dificil por que. nós não se vimos á 1 ano e 4 meses… e estou sofrendo muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito.. e o meu amor ia vir esse find, mas acabou não vindo, e tipo.. não é um amor a distancia, tipo uma amizade colorida.. nem sei mais, só sei que o amo muito. e passei ontem a noite inteira chorando! oque eu faço?
    muito obrigada! bom find *-*

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